A Crise dos Vinte e Poucos
- Equipe Ezer
- 12 de fev. de 2018
- 3 min de leitura

Leia ao som de: Colbie Caillat - Live it up
Uma das minha séries favoritas é Friends, é um ícone, é clássica e a gente se identifica com grande parte dos acontecimentos ali. Pra quem nunca viu é basicamente a história de seis amigos que moram perto e estão nos altos e baixos naquele período da vida que é pós faculdade e antes do casamento/ filhos. O que mais gosto é o suporte que um dá ao outro, é realmente bonito, é o tipo de amizade rara, e foi isso que ajudaram eles a superarem o desemprego, a lidarem com o divórcio, a cuidarem dos filhos, a apoiarem os relacionamentos uns dos outros, enfim pode ser uma série de comédia e até bem exagerada no enredo, mas eu, seriadora que sou, sempre penso nas entrelinhas do que está sendo contado, e em Friends é justamente o apoio dos amigos naquela fase que você precisa achar seu lugar no mundo.
Vocês já acharam seu lugar e sua função no mundo? Pois eu acredito nisso, não nasci à toa. Não quero dizer apenas profissionamente falando. É um sentido mais amplo, algo maior. Até porque conheço muita gente feliz fazendo coisas simples e ganhando pouco e gente rica que toma anti-depressivo. Estou falando de você estar onde seu coração se sente em paz, fazer o que você tem prazer e viver com quem possa cantar "erga suas mãos para o céu e agradeça se acaso tiver, alguém que você gostaria que estivesse sempre com você: na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê".
Para mim, viver não é tentar acumular coisas, riquezas, viagens, status e seguidores no intagram, é sobre com quem se vive, como se vive, o que o motiva, o que faz para tornar a vida de alguém melhor, e o estilo livre de dizer o que sente, sendo transparente com seus sentimentos, sem remosos. Quantos "e se..." já tivemos? (Não preciso fazer explicações que isso é dentro das boas maneiras neh?! Nada mirabolante do tipo "viva la vida loka"!)
Só que tem uma hora que idade parece pesar e a gente não achou essas coisas que gostaríamos, não temos a profissão que nos dá prazer, nem o par que é alvo das legendas toscas, e aí a gente começa a pirar. Nesse momento, ter alguém para se apoiar que já tenha passado por isso alivia um pouco o fardo, e ter alguém com quem você pode surtar e chorar também é bom, porque aquele sentimento "será que é só comigo isso?" some.
Meu momento mais difícil até hoje tinha sido a faculdade, mas eu tinha uma data para aquilo terminar e poder voltar. Agora não, parece que o túnel não tem fim nunca! Hoje percebo que alguém com 17 anos não deveria tomar um decisão tão importante na vida como sua carreira. Alguém com essa idade deveria está trabalhando em algum lugar como um resort pra conhecer muitas pessoas, e que pudesse ter sua grana pra poder ajudar em casa, se divertir, fazer aquele cursinho de inglês/ música/ pintura/ gastronomia (...) que sempre quis fazer e adquirir aqueles itens inúteis que antes não tínhamos porque nossos pais não davam, e hoje não temos porque é responsabilidade demais e muitos boletos pra pagar, ou sendo missionário, ou voluntário em algum asilo, coisas assim.
Deveríamos ser incentivados à viver com tranquilidade, tendo momentos com a família e amigos, e gerando renda de maneira sadia, sem remédios, sem percas de cabelo, sem estresse, sem relógio nos avisando que eu tenho que engolir a comida ao invés de saborear ou não dará tempo de me alimentar, isso parece utópico, eu sei! Mas acho que o erro está na forma que a sociedade trata desses assuntos. Tenho a família grande e sempre escutei dos meus pais, tios e avós que eles acordavam cedo, trabalhavam muito, mas, tinham o prazer de na hora do almoço/ jantar estarem todos em volta da mesa com um panelão de frango com macarrão. E por mais corrida que a semana fosse, aos domingos todos os filhos, netos e bisnetos paravam pra conversar e se relacionarem "pessoalmente" e não no grupo da família do whats. E podem reparar que a geração dos nossos avós e pais é muito mais respeitosa, menos mimizenta e quase ninguém sofria de estresse, ansiedade, depressão e etc.
Você também acha que a vida é algo significante demais pra ser comprada? Ah! Não estou falando pra ser pobre e desistir dos seus sonhos e carreira, só estou dizendo pra pesar o quanto isso pode estar te prejudicando, coloque na balança e veja o que te dá mais qualidade de vida.
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