Jane Grey - Uma rainha protestante
- Equipe Ezer
- 3 de out. de 2018
- 3 min de leitura

Nesse mês, na "série" sobre mulheres fortes no protestantismo, a primeira mulher sobre a qual falaremos será Jane Grey. Quando li sobre ela no final do ano passado, fiquei envergonhada e impactada com essa mulher tão forte e determinada. Ela nasceu em Leicestershire, no início de Outubro de 1537. Filha de Henry e Frances Grey, sobrinha de Henrique VIII. Com 9 anos foi enviada à corte para viver sob a guarda da 6ª esposa de Henrique VIII, Catherine Parr. Seus pais à enviaram com a finalidade egoísta de casá-la com Eduardo VI, futuro rei. Porém, segundo a providência de Deus, Jane ficou sob influência de Catherine, uma cristã genuína. Provavelmente foi durante esse tempo que Jane adquiriu sua fé viva em Cristo Jesus.
Com a morte de Henrique, Eduardo assumiu o trono, porém em 1552 ele contraiu sarampo, e depois começou a apresentar sintomas de tuberculose. Por interesses políticos e religiosos (Eduardo e seus conselheiros não queriam uma governante católica no poder, e a próxima na linha de sucessão seria Maria, irmã de Eduardo), o primeiro ministro John Dudley iniciou uma busca para evitar que Maria subisse ao trono. Então planejou com os pais de Jane para que ela se casasse com seu filho, Guilford Dudley, mesmo contra a vontade dela. E no fim de sua vida, o rei Eduardo, conforme seu próprio conceito sobre a próxima governante e influenciado por seus conselheiros, mudou o testamento de seu pai e fez de Jane sua herdeira.
Com a morte de Eduardo Jane foi proclamada rainha, e a princípio negou dizendo que o direito ao trono era de Maria. Quando ouviu o testamento do rei, ela se ajoelhou em oração e disse:
"Se o que me é dado é legitimamente meu, que sua divina Majestade me conceda a graça de poder governar para Sua glória e serviço, em benefício deste reino."
Jane Grey reinou de 9 a 19 de julho de 1553. Então Maria I marchou em Londres com um exército e retomou o trono por direito, acusando Jane de traição e enviando-a para a prisão na torre. Jane e o marido foram sentenciados à morte em 13 de novembro e Maria assinou a sentença de morte dos dois em 7 de Fevereiro de 1554. Alguns dias depois, um capelão foi enviado para salvar a alma de Jane.
John Feckenham tentou persuadi-la ao catolicismo e fazer com que ela negasse sua fé protestante, porém ela refutou todas suas sentenças mantendo-se firmada às doutrinas centrais da reforma. No fim do embate com Jane, Feckenham olhou para ela e disse "estou certo de que nós dois iremos nos encontrar". Nesse momento a fé de Jane brilhou claramente e ela respondeu:
"A verdade é que nós dois nunca nos encontraremos, a não ser que Deus mude seu coração. Pois estou certa (a não ser que você se arrepende e se volte para Deus) de que você está em má situação, e eu oro a Deus, nas profundezas de Sua misericórdia, que lhe envie seu Espírito Santo. Pois, assim como Ele deu a você o grande dom da palavra, se agradar a Ele, também abrirá os olhos de seu coração para verdade dele".
Feckenham ficou tão impressionado com a coragem de Jane, que perguntou se poderia acompanhá-la ao cadafalso no dia de sua execução, ao que Jane concordou.
No dia 12 de Fevereiro de 1554 Jane subiu até o cadafalso que fora construído contra a parede da Torre Branca, onde estavam alguns capelães e Feckenham. Ajoelhou-se e recitou o Salmo 51. Colocou sua cabeça no cepo e suas palavras finais foram gritadas: "Senhor em tuas mãos entrego o meu espírito", então foi decapitada. Jane foi executada aos 16 anos e enterrada junto ao seu marido na Capela Real de São Pedro ad Vincula.
Sua vida e principalmente sua morte tão precoce são um exemplo cristão a ser admirado. Sua fé na graça de Cristo levou-a morte, mas tenho plena convicção de que ela repousa nos braços amorosos do nosso Salvador, por quem demonstrou tanta intimidade, conhecimento, devoção e amor.
Referências:
HAYKIN, Michael. 8 mulheres de fé. São José dos Campos, SP: Fiel, 2017.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Joana_Grey
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